terça-feira, 20 de julho de 2010

CRACK: UMA EPIDEMIA


    O CRACK: Surgiu no início da década de 80, como uma jogada dos narcotraficantes para democratizar o uso da cocaína que por seu alto custo, impedia o acesso das classes sociais mais baixas. Por isso não é uma droga nova, é uma nova via de administração da cocaína. É um subproduto que resulta em pequenos grãos, é fumado em cachimbos. Contem menos cocaína em sua elaboração, porém, tem efeito semelhante e tão potente quanto ao de cocaína injetada. O efeito dura menos do que a cocaína inalada, é mais potente e o efeito inicia mais rápida e intensamente. O crack começou a ser usado em meados de 1990, na periferia de São Paulo e em menos de dois anos, alastrou-se pelo Brasil.

Ao ser inalado leva de 10 a 15 segundos para chegar ao cérebro e produzir efeito: euforia, indiferença à dor, à fome, ao sono, ao cansaço. O efeito dura de 3 a 10 minutos, muito pouco. Não precisa mais do que três ou quatro cachimbadas para tornar-se um dependente, viciado.

Em torno de 15 minutos após o efeito surge a Síndrome de abstinência: prostração, depressão profunda, ansiedade e agressividade e, muitas vezes com contorções no corpo inteiro, provocadas por câimbras. Além disso, o usuário apresenta quadro de extrema violência que se manifesta a princípio contra a própria família. Os usuários, em sua maioria, têm entre 15 e 30 anos de idade, vêm de bairros pobres da periferia como de ricas mansões de bairros nobres.

Normalmente o usuário, continuará o uso da droga, movido pela dependência e para evitar a Síndrome de abstinência. Com isso, o viciado consumirá grandes quantidades por dia, tornando o vício muito caro.

Já viciado, o usuário esgotará suas fontes de recursos, venderá tudo o que tem, ficando somente com a roupa do corpo. Não conseguirá manter a rotina de estudos e trabalho, passará a viver basicamente em busca da droga, não medirá esforços para consegui-la. Por pressão do traficante e do próprio vício e, sem ter como ganhar dinheiro licitamente, cometerá crimes. Suas opções incluem furtar e vender objetos de uso da família e dos amigos; prostituir-se, traficar drogas, aliciarem novos usuários, roubar etc.

Em sua fase mais aguda da dependência, mais do que uso crônico da droga, é o modo de vida do usuário de crack que o expõe à vitimização, muito mais do que as doenças sexualmente transmissíveis e outras complicações de saúde. Mais do que tudo, é o modo de vida, que o levará à morte por homicídio resultante de brigas em geral, ações policiais e punições de traficantes pelo não pagamento de dívidas.

Os usuários de maconha estão expostos e vulneráveis a uma nova forma de administração de crack. A fim de obter novos usuários, os traficantes adicionam pequenas quantidades de crack misturada ao cigarro de maconha, o mesclado, levando o usuário de maconha à dependência de crack de forma involuntária. Porém, muitos usuários de maconha o utilizam por vontade própria, preferindo o mesclado.

Embora gere menos renda por grama de cocaína produzida, o crack por viciar mais rápido, garante um mercado mais garantido para o traficante.

A cocaína injetada (intravenosa) que ocupava a posição fundo do poço cedeu lugar para o crack.

A minha opinião é de que o usuário de crack não reverterá à vida normal, penso que os danos causados no cérebro (físico) são irreparáveis. A chance de recuperação, parcial, dependerá mais do que a simples vontade. Exigirá mais do que a submissão voluntária, exigirá alto investimento, além, disso, a maioria das famílias não tem condições de custear os tratamentos e, não há vagas suficientes em clínicas terapêuticas assistenciais do sistema de saúde pública. Existe também o risco de se submeter a um falso tratamento em muitas clinicas terapêuticas, particulares, ou com subsídios de governos, sem idoneidade, fraudulentas.

abe lembrar, que o usuário só pode ser submetido a tratamento, de qualquer espécie, se o fizer de livre e espontânea vontade, bem como, poderá interromper o tratamento quando quiser. Se lhe faltou força de vontade para resistir à tentação, muito mais difícil será, ter disposição depois de se instalar o vício.

Ao Estado compete providenciar o ambiente estruturado de tratamento, protegendo o usuário. A família, em sua maioria por não ter recursos para manter a internação e tratamentos teria o familiar sendo tratado, e não preso na cadeia.

O ESTADO deve assumir o controle de fato. Esse controle não é somente distribuir recursos sem avaliar os resultados, nem com campanhas ditas educativas, quando a disseminação do crack já virou epidemia.

É para ontem, providenciar aumento de vagas em clínicas públicas, específicas para tal, e tratar os dependentes de drogas, mesmo sem a autorização deles.

    Considero que a LEI antidrogas deva ser revista para CRIMINALIZAR o uso de drogas, onde a PENA seria de INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA. É preciso impor os limites e fazer prevalecer o direito à saúde protegendo o usuário, sua família e a comunidade.

É EMERGENCIA.


 


 


 


 

      

1 comentários:

Ivan Rocha disse...
[Responder comentário]

Gostaria apenas de acrescentar, que a "invenção" do Crack se deu nos EUA, como forma de maximizar os lucros, visto que a nova droga, quando foi lançada, era bem mais viciante e consequentemente mais lucrativa. O filme "Fique rico ou morra tentando" de Hollywood retrata bem esse começo.

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