segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

SEGURANÇA INTERATIVA (Polícia Comunitária)

Em maio de 1995, após palestra sobre o Sistema Qualidade Total, realizada na Associação Comercial e Industrial de Xanxerê (ACIX) proferida pelo Prof. Faustino Vicente, Presidente da Associação Anhanguera, de Campinas SP.
Depois da palestra, indaguei a ele sobre a possibilidade de implantação do Sistema no Quartel sob meu comando. O professor afirmou ser impossível, pois, nunca ouvira falar de que, em algum Estado, no serviço público fosse implantado o Sistema de Qualidade Total.
Disse também, que não acreditava ser possível, pelas características da prestação dos serviços pelo Estado.
Após algum tempo, ainda na mesma noite, incentivado pelo então presidente da Associação Comercial de Xanxerê, Celso Mattiolo, que lhe custearia as despesas com hotel e, nós (PM) lhe daríamos a alimentação, aceitou. "Como um desafio", disse ele.
Fomos o laboratório, pois, no serviço público não havia até aqueles dias, em nenhum órgão de Estado o Sistema Qualidade Total.
           Durante o Curso, na fase de brainstorm os grupos concluíram que, primeiramente, deveria ser verificado o nosso conceito, junto à comunidade. Novamente a CDL e a ACIX nos ajudaram. Contrataram uma empresa de pesquisa, da cidade, para essa avaliação. Foram colocadas urnas em estabelecimentos comerciais, bares, lanchonetes, postos de combustível, e, um questionário com dez questões.
A conclusão, após oito dias, nos surpreendeu a todos. A comunidade não sabia a diferença entre as Instituições, as atribuições de cada órgão, entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, da Justiça.
Diziam sermos os responsáveis pela delegacia que estava fechada, pelo ladrão que estava solto, e outras dezenas de equívocos.

O Início da Carreira


Em 1984 após a Operação Veraneio, como Aspirante a Oficial, fui transferido de Florianópolis para o 2º. Batalhão, em Chapecó.
Havia como hoje, poucos Oficiais. Desempenhei função de Comando do Corpo de Bombeiros, Comandante da 3ª. Companhia (sede) e Chefe da P2, simultaneamente.
Foi uma época difícil. Havia conflitos entre índios e colonos, na Sede Trentin, com constantes enfrentamentos. Fiquei 117 dias, em Comando de um Pelotão, de controle de acesso à área de conflito. Nosso Quartel era uma barraca. Quando fui substituído, a barraca estava quase totalmente podre.
Havia também, o recém-criado Movimento Sem-Terra (MST) - um dos criadores o Bispo Dom José Gomes da diocese de Chapecó - que com suas constantemente ocupações, nos envolviam, para a "reintegração de posse". Em sua maioria, todas com enfrentamentos, feridos e até mortes. (Farei um tópico à parte)
Em 28 de agosto de 1987 foi criado/ativado o 2º Pelotão de Polícia Militar na cidade de Xanxerê. O Pelotão tinha área de Jurisdição envolvendo 08 municípios da região. A sede do Pelotão era a mesma, onde ficava o Destacamento, comandado por Sargento, na Rua “Tenente Antônio João". O quartel era uma casa pequena, de madeira, com três cômodos, alugada, e a tropa, vinte e dois Policiais Militares para uma cidade com 35.000 hab.
Eu estava no Posto de 1º. Tenente e fui designado para comandá-lo. Relutei, pois, estava cursando a faculdade de Direito na UNOESC e seria um transtorno.
Não teve jeito. Fui, na marra.